Sofrimento, dor e violência em espetáculo nesta terça-feira
Publicado em 25.01.2010, às 20h24
Terça-feira (26), às 20h, o Teatro Armazém, no Bairro do Recife, será palco do espetáculo Meu grito de dor, única apresentação do dia dentro do Janeiro de Grandes Espetáculos. A montagem, dança-teatro com o Coletivo Dois Contemporâneo, de Ipatinga (MG), foi concebida com base nas investigações em história da arte focadas no surrealismo e no dadaísmo e de alguns pensamentos do poeta, escritor, ator e dramaturgo francês Antonin Artaud.
Em cena, teatro de sofrimento físico e mental, com direito a ofensas à Bíblia, sadomasoquismo, tortura e violência. A trilha sonora é original e executada ao vivo, em uma hora de duração que tem o espetáculo concebido e interpretado por Gessé Rosa e Jefferson Cirino.
A censura é 18 anos. O ingresso custa R$ 5.
Fonte:
http://jc.uol.com.br/canal/lazer-e-turismo/noticia/2010/01/25/sofrimento-dor-e-violencia-em-espetaculo-nesta-tercafeira-212057.php
Janeiro // Mergulho radical no palco
Dor, sofrimento e loucura permearam a obra do poeta, escritor, ator e dramaturgo francês Antonin Artaud (1896-1948). Aos cinco anos, ele teve meningite; na adolescência vieram as convulsões; o primeiro internamento em sanatório foi aos 19 anos. Mas o talento superava os problemas, ou melhor, se utilizava dele.
Coletivo Dois Contemporâneo, de Ipatinga (MG), expõe violência no espetáculo Meu grito de dor no Teatro Armazém. Foto: Nilmar Lage/Divulgação
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Como ator de teatro, Artaud trabalhou, por exemplo, em Antígone, de Cocteau. A montagem tinha cenários de Picasso e figurino de Coco Chanel. A obra de Artaud é a base para o espetáculo Meu grito de dor, que será apresentado em sessão única hoje, às 20h, no Teatro Armazém (Bairro do Recife). Os ingressos custam R$ 5.
A produção é do Coletivo Dois Contemporâneo, de Ipatinga, em Minas Gerais. No palco, Gessé Rosa - que é pernambucano - e Jefferson Cirino mostram o sofrimento não só físico, mas mental. É um espetáculo polêmico - no momento em que reúne elementos como tortura, sadomasoquismo, violência e ainda ofensas à Bíblia. Se topar a experiência, já saiba que vai encontrar cenas difíceis, como quando umator fura o outro com uma seringa; ou faz o outro se levantar pelo queixo. A montagem de uma hora de duração e censura 18 anos tem ainda influências do surrealismo e dadaísmo. Só pelas imagens de divulgação já dá para imaginar o quanto os atores saem 'machucados' da montagem.
Esta não é a primeira vez que o coletivo trabalha em cima da obra de Artaud. Em 2009, o primeiro espetáculo da companhia, que teve a contribuição de um designer, um vídeomaker, um preparador corporal e um músico, chamava-se Artaud. Neste Janeiro de Grandes Espetáculos, os dois artistas fizeram também, no último domingo, uma intervenção urbana chamada Ação cidade-contínua, na Praia de Boa Viagem. A intenção da performance era promover um diálogo entre a dança contemporânea e o cotidiano das pessoas.
Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/01/26/viver16_0.asp
Meu grito de dor proporciona forte experiência
FONTE: Eugênia Bezerra :: Jornal do Commercio :: Quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Sofrimento físico e mental, um clima surreal e sombrio, mistérios e surpresas. Esta combinação é experimentada no interessante Meu grito de dor, espetáculo de dança-teatro que o Coletivo Dois Contemporâneo (MG) trouxe ao Recife para o 16º Janeiro de Grandes Espetáculos. A apresentação lotou o Teatro Armazém, na terça-feira passada (com direito a fila de espera).
Por falar em fila, foi nela que a platéia começou a vivenciar a proposta do espetáculo. Uma pessoa de rosto enfaixado permaneceu sentada em uma cadeira em silêncio. Meu grito de dor é inspirado em pensamentos do poeta, escritor, dramaturgo e ator francês Antonin Artaud (1896-1948). O autor de O teatro e seu duplo sofreu na pele – foi considerado louco e internado em hospitais psiquiátricos. Uma pesquisa sobre a história da arte (em especial do surrealismo e dadaísmo) também foi realizada pelos intérpretes-criadores Gessé Rosa e Jefferson Cirino.
Já dentro do teatro, o mergulho neste universo continua em uma atmosfera sombria e ao som de uma música formada por ruídos e sons guturais, executada ao vivo por Natanael Mariano. Sentada nas arquibancadas ou cadeiras, a platéia assiste à primeira cena. Depois é levada pelo teatro para assistir as outras passagens, que são encenadas (ou experimentadas) em ambientes diferentes. Esta escolha não é gratuita e, além de criar imagens plasticamente interessantes, acaba contribuindo para a dinâmica do espetáculo e a sensação de estranhamento que se instala no público. Uma agulha de verdade sobre a pele, movimentos em que um ser parece forçar a sua presença ao outro, atitudes sádicas e gritos estão no repertório, tudo bem próximo da platéia. Sabe aquele constrangimento ao ver alguém tropeçar, a agonia ao assistir a uma cena forte de um filme ou a mesmo as diferentes reações que podem ser despertadas nas pessoas ao dar de cara com a loucura e realidade humanas? Neste campo delicado, estranhamento e curiosidade apareceram nos rostos de quem não sabia se ria da situação (mesmo que por nervosismo) ou ficava quieto. Se seguia o ator, ou permanecia sentado.
http://movimentoemrevista.blogspot.com/2010/02/meu-grito-de-dor-proporciona-forte.html
Meu grito de dor proporciona forte experiência Publicado em 28.01.2010 Eugênia Bezerra Sofrimento físico e mental, um clima surreal e sombrio, mistérios e surpresas. Esta combinação é experimentada no interessante Meu grito de dor, espetáculo de dança-teatro que o Coletivo Dois Contemporâneo (MG) trouxe ao Recife para o 16º Janeiro de Grandes Espetáculos. A apresentação lotou o Teatro Armazém, na terça-feira passada (com direito a fila de espera). Por falar em fila, foi nela que a platéia começou a vivenciar a proposta do espetáculo. Uma pessoa de rosto enfaixado permaneceu sentada em uma cadeira em silêncio. Meu grito de dor é inspirado em pensamentos do poeta, escritor, dramaturgo e ator francês Antonin Artaud (1896-1948). O autor de O teatro e seu duplo sofreu na pele – foi considerado louco e internado em hospitais psiquiátricos. Uma pesquisa sobre a história da arte (em especial do surrealismo e dadaísmo) também foi realizada pelos intérpretes-criadores Gessé Rosa e Jefferson Cirino. Já dentro do teatro, o mergulho neste universo continua em uma atmosfera sombria e ao som de uma música formada por ruídos e sons guturais, executada ao vivo por Natanael Mariano. Sentada nas arquibancadas ou cadeiras, a platéia assiste à primeira cena. Depois é levada pelo teatro para assistir as outras passagens, que são encenadas (ou experimentadas) em ambientes diferentes. Esta escolha não é gratuita e, além de criar imagens plasticamente interessantes, acaba contribuindo para a dinâmica do espetáculo e a sensação de estranhamento que se instala no público. Uma agulha de verdade sobre a pele, movimentos em que um ser parece forçar a sua presença ao outro, atitudes sádicas e gritos estão no repertório, tudo bem próximo da platéia. Sabe aquele constrangimento ao ver alguém tropeçar, a agonia ao assistir a uma cena forte de um filme ou a mesmo as diferentes reações que podem ser despertadas nas pessoas ao dar de cara com a loucura e realidade humanas? Neste campo delicado, estranhamento e curiosidade apareceram nos rostos de quem não sabia se ria da situação (mesmo que por nervosismo) ou ficava quieto. Se seguia o ator, ou permanecia sentado. |
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Fonte: http://jc3.uol.com.br/jornal/2010/01/28/not_364011.php